O Ministério da Saúde divulgou, em abril, a pesquisa Vigitel 2016 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, que revelou aquilo que os médicos e especialistas em saúde vêm alertando há tempos: cresce cada vez mais o número de brasileiros com sobrepeso e obesidade.
A pesquisa em números
- 42,6% da população do país tinha sobrepeso em 2006. Em 2016, esse número pulou para 53,8%, mais da metade dos brasileiros.
- O número de brasileiros obesos aumentou 60% nos últimos dez anos: passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016.
- O excesso de peso é mais frequente entre o sexo masculino: 57,7% dos homens em relação às mulheres, 50,5%.
- Quanto menor o nível de escolaridade, maior a porcentagem de pessoas com sobrepeso. Entre os que estudaram de 0 a 8 anos, 59,2% estão acima do peso, enquanto 48,8% dos que possuem 12 anos ou mais de escolaridade têm sobrepeso.
- 34,6% dos brasileiros comem em excesso carnes com gordura e mais da metade da população (56,9%) bebe leite integral regularmente, tornando esse fator um dos principais responsáveis do excesso de peso e da obesidade no Brasil.
- Apesar de “comerem mal”, os homens se exercitam mais do que as mulheres: 39,6% dos homens fazem exercícios com regularidade e entre as mulheres, a frequência é de 22,4%. O percentual de homens sedentários no Brasil passou de 16% em 2009 para 14,1% em 2011.
- 29,8% dos brasileiros consumem refrigerantes pelo menos cinco vezes por semana. Por outro lado, apenas 20,2% ingerem a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de cinco ou mais porções por dia de frutas e hortaliças.
- Osedentarismo aumenta com a idade. Entre homens entre 18 e 24 anos, 60,1% praticam exercícios. Esse percentual reduz para menos da metade aos 65 anos (27,5%). Entre mulheres de 25 a 45 anos, 24,6% se exercitam regularmente. A proporção é de apenas 18,9% entre mulheres com mais de 65 anos.
Não é à toa o número de brasileiros diagnosticados com diabetes e hipertensão aumentou nos últimos dez anos. Em 2006, 22,5% da população havia recebido o diagnóstico de hipertensão e 5,5% o de diabetes. Em 2016, 25,7% dos brasileiros sabiam que tinham hipertensão (aumento de 14,2%) e 8,9% já haviam sido diagnosticados com diabetes (crescimento de 61,8%).
É preciso estar alerta. O excesso de peso está associado a uma série de doenças que comprometem a qualidade e a longevidade. Mudanças no estilo de vida, como aumento da atividade física e perda de peso de modo adequado, são passos importantes na prevenção e no controle dessas doenças.
Fonte: Drauzio Varela e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia