INSS alerta para novo golpe do recadastro

Praticamente uma semana após a divulgação da denúncia sobre fraude no consignado, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) faz um alerta sobre mais um golpe na praça. A desculpa seria o recadastramento de dados, que deveria ser feito mediante o pagamento de uma tarifa.

O INSS já vinha investigando o caso, quando foi procurado por um pensionista de Santo André, na Grande São Paulo. Ele recebeu uma carta em casa, contendo os seus dados e cobrando uma taxa de R$ 517,15. Por sorte, o segurado desconfiou da medida, procurou uma agência da Previdência e foi informado que quase caiu em um golpe.

Mas, correspondências semelhantes a essa também estão sendo enviadas no Rio de Janeiro. O INSS não soube precisar quantas cartas foram postadas, nem quantas reclamações foram registradas.

“Os aposentados têm de ficar atentos, porque o INSS não envia cartas com cobranças para ninguém”, diz o diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, Paulo Zanetti.

Aliás, essa é uma grande dica para evitar ser vítima de fraude, diz o advogado Cleiton Leal Dias Júnior. “O INSS não cobra taxas para prestar serviços. Essa é uma regra de proteção. Se alguém receber cobrança, esqueça: é golpe”.

Como funciona

Dessa vez, os impostores enviam para a casa das pessoas um boleto com uma suposta taxa administrativa. E ameaçam o segurado com a suspensão do benefício, em caso de não pagamento da fatura. Tanto a ameaça quanto o documento são falsos.

A carta tinha como remetente a Empresa de Processamento de Dados da Previdência (Dataprev), órgão responsável pelo gerenciamento dos dados da entidade. “Os criminosos usam os símbolos oficiais para tentar dar veracidade à medida. E erros de português são comuns nesses casos. É outro indício de golpe, porque o Governo não escreveria errado”, acrescenta Cleiton.

O falso documento ainda tinha informações do extrato do pensionista. Nele, havia dados como número do benefício, data de nascimento, nome, CPF e o banco no qual o segurado recebe o benefício.

Isso trouxe ainda mais preocupações, pois mostra que os estelionatários tiveram acesso às informações do segurado. “Como eles têm os dados certinhos do segurado? O sistema é falho e alguém está permitindo a saída dessas coisas”, reclama Paulo Zanetti, do Sindicato Nacional dos Aposentados.

Apuração

O INSS informou que o setor de inteligência da autarquia investiga o caso. Já a Dataprev esclarece que não envia pedidos de atualização de dados, nem cartas ou e-mail para segurados. Mas não responde a respeito das reclamações de vazamento de dados do seu sistema.

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(Fonte: A Tribuna, Santos [SP], autoria: Rosana Rife , 16/4/2014)