Dinheiro, maçanetas e carrinhos de mercado têm bactérias; veja análise Bem Estar desta terça-feira (4) explicou riscos em diferentes momentos.

Lavar as mãos e utensílios em casa são maneiras de evitar contaminação. Do G1, em São Paulo 6 comentários

O que será que tem mais bactérias? O dinheiro, o carrinho de mercado ou uma maçaneta? O Bem Estar desta terça-feira (4) recebeu a infectologista Rosana Richtmann e a farmacêutica bioquímica Eliane Delgado para mostrar quais situações do dia a dia oferecem mais riscos de contaminação, como por exemplo, pegar o dinheiro e levar a mão à boca, tocar na maçaneta da porta do banheiro ou levar o carrinho de supermercado.

Essas atitudes, muito comuns, podem ser bastante perigosas. No caso do dinheiro, por exemplo, uma análise microbiológica encontrou em apenas uma nota de dois reais uma grande quantidade de bactérias. Isso acontece porque cada vez que uma pessoa pega a nota, as bactérias da mão passam para ela – então quanto mais velha for a nota, maior o acúmulo de micro-organismos.

Após o teste feito pela repórter Daiana Garbin, foi comprovado que uma nota de 2 reais pode ter mais de 10 milhões de colônias de bactérias, inclusive algumas muito perigosas, como os coliformes fecais. Entre eles, está a escherichia coli e os staphylococcus, que podem fazer mal e até causar doenças. As notas mais velhas costumam ser mais contaminadas porque já passaram por mais mãos, mas as novas também oferecem risco e, por isso, seja dinheiro novo ou velho, o único jeito de evitar contaminação é lavando as mãos ou higienizando com álcool gel.

A blitz da contaminação foi também ao supermercado para mostrar o risco dos carrinhos. Em dois carrinhos analisados, da Dona Aparecida e da Dona Inês, foram encontrados mais de 10 milhões de colônias de bactérias, como as staphylococcus aureus, patogênica, e que exigem o cuidado de lavar as mãos para que elas não cheguem até a casa, alimento, boca ou olhos das pessoas.

Por último, a repórter Daiana Garbin foi mostrar a situação das maçanetas – por exemplo, quando você entra em um banheiro público e abre a porta, pensa em quantas bactérias têm ali? São muitas pessoas encostando na mesma maçaneta com as mãos sujas, o que pode ser perigoso.

O teste feito mostrou que, após a limpeza com bactericida, a quantidade de bactérias reduziu bastante – foram encontradas 5 unidades formadoras de colônia. No entanto, 15 minutos após a limpeza, em que 35 pessoas encostaram na maçaneta ou na porta, esse número subiu para 50 colônias, dez vezes mais do que antes, como mostrou a reportagem (veja no vídeo o teste completo).

Em todas essas situações, o hábito de lavar as mãos ou higienizá-las com álcool gel já ajuda muito a evitar a contaminação – segundo a infectologista Rosana Richtmann, no entanto, o álcool gel é ainda mais eficiente porque mata as bactérias, enquanto a água e o sabão apenas as retiram da superfície.

Outras substâncias que ajudam a manter os utensílios limpos e seguros são a água sanitária e o hipoclorito de sódio, usados para deixá-los de molho. A dica da farmacêutica bioquímica Eliane Delgado é colocar de molho objetos como squeezes, canudos ou copos de crianças, em uma solução de 10 ml de água sanitária com 1 litro de água. Porém, o ideal é trocar esses objetos com freqüência.

A infectologista Rosana Ritchmann falou ainda sobre os riscos das tábuas e colheres de maneira na cozinha – por serem porosas, elas facilitam a entrada de sujeira e restos de comida, aumentando o risco de proliferação de bactérias. Há ainda o risco da contaminação cruzada, que ocorre quando esses utensílios são usados para várias finalidades: por exemplo, o alimento cru tem bactérias e se for cortado em cima de uma tábua, leva as bactérias para lá; se depois, for colocado um alimento cozido na mesma tábua, esse alimento também pode se contaminar. Por isso, uma das dicas é preferir os objetos de vidro ou de plástico.

Existem os riscos ainda dos alimentos – iogurtes com tampa estufada, por exemplo, mesmo que estejam na validade, são perigosos porque indicam que houve maior proliferação bacteriana, como mostrou a farmacêutica bioquímica Eliane Delgado. O pão de forma também exige cuidado e não deve ser colocado em local quente, pois a embalagem fica úmida e favorece o aumento de fungos, como explicou a especialista.