O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse no dia 15/12 acreditar que o programa de venda de ativos da companhia seja acelerado em 2016 e que atinja a meta de arrecadar US$ 15,1 bilhões até o final do ano.
Até agora, a companhia fechou apenas uma grande operação, a venda de 49% da Gaspetro, subsidiária que tem participação em distribuidoras de gás canalizado. A fatia foi vendida à japonesa Mitsui por R$ 1,9 bilhão.
“Acho que o cumprimento da meta virá numa velocidade maior do que a gente imagina. A gente não tem nenhuma dúvida de que vai atingir o objetivo”, afirmou o presidente da estatal, em discurso antes de café da manhã com jornalistas.
Em crise financeira, a Petrobras está oferecendo ao mercado participações em campos de petróleo e uma parte da BR Distribuidora. O ritmo lento do programa, porém, é apontado por analistas como um fator adicional de risco para a empresa, que depende disso para reduzir sua dívida.
Bendine afirmou que, em 2015, a Petrobras se concentrou na estruturação do programa de venda de ativos, escolhendo qual projeto colocaria à venda. No ano que vem, portanto, o plano caminharia de forma mais célere. “Não tinha mesmo expectativa de fazer grandes operações [este ano]”, disse, em seu discurso.
O dinheiro levantado com a venda de ativos será usado para abater parte da dívida da petroleira, liberando o caixa da companhia para tocar sua operação. No terceiro trimestre deste ano, a dívida bruta da Petrobras atingiu meio trilhão de reais.
A estatal saiu no início de dezembro em um roadshow para apresentar para potenciais investidores seus ativos à venda. Os diretor Financeiro, Ivan Monteiro, e a diretora da Exploração e Produção, Solange Guedes, visitaram empresários e banqueiros em países como China, Estados Unidos, Inglaterra e Canadá.
O pesado endividamento da estatal foi citado pelo executivo como o principal desafio da empresa nos próximos anos. “Vai restar [após a conclusão do plano de desinvestimento] o desafio do equacionamento dessa dívida”.
Plano “maduro”
O presidente da Petrobras informou que a companhia prepara para o início do ano que vem um novo plano de negócios, “mais maduro”, que contemple as mudanças no mercado de petróleo.
O plano atual foi elaborado com base no petróleo a US$ 70 por barril em 2016. Em outubro, a companhia divulgou uma revisão, considerando o petróleo em US$ 55 por barril e cortando os investimentos em US$ 11 bilhões. No dia 15/12, o petróleo do tipo Brent estava sendo negociado abaixo de US$ 40 por barril.
Ele defendeu os resultados da empresa sob sua gestão, alegando que o terceiro trimestre de 2015 foi o primeiro, “em muitos anos”, em que a companhia apresentou fluxo de caixa livre.
(Fonte: Folha de S. Paulo, Lucas Vettorazzo Nicola Pamplona, do Rio, 15/12/2015)