Além do cenário político e da repercussão sobre os debates, o mercado fica de olho no noticiário corporativo de quarta-feira (15). E o noticiário para a Petrobras (PETR3; PETR4) segue movimentado. A Petrobras informou na noite de terça-feira o início da produção comercial da plataforma Cidade de Magaratiba em Iracema Sul, no pré-sal da Bacia de Santos, antes da data prevista anteriormente, 6 de novembro.
A plataforma Cidade de Mangaratiba é uma unidade do tipo FPSO, que produz, armazena e transfere petróleo. Ela terá capacidade para processar até 150 mil barris de petróleo e 8 milhões de metros cúbicos de gás por dia, segundo a Petrobras. Em comunicado, a estatal disse que o poço 4-RJS-647, primeiro a ser interligado à plataforma, tem potencial de produção superior a 30 mil barris por dia.
Além disso, de acordo com informações do Valor Econômico, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vai investigar formalmente a existência de um cartel envolvendo empresas que fizeram contratos com a diretoria de Abastecimento da Petrobras. O órgão fez requerimento ao Ministério Público Federal de todos os documentos: segundo depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, era feita uma lista com as empresas que participavam de cada disputa na qual havia a definição prévia da ganhadora. Nesses contratos, o pagamento de propina girava em torno de 2% a 5%.
Ainda sobre a Petrobras, destaque para a análise do banco Credit Suisse de que, agora, a gasolina brasileira está mais cara do que no exterior. A gasolina vendida no Brasil pela Petrobras (PETR3; PETR4) às distribuidoras de combustíveis está agora mais cara do que a média dos valores realizados no mercado externo, por conta da queda acentuada do petróleo, uma situação que não acontecia há um bom tempo, apontou um relatório do Credit Suisse nesta terça-feira.
Segundo analistas do banco, o preço da gasolina no mercado internacional está 1% mais baixo do que os valores no mercado doméstico brasileiro, invertendo dramaticamente uma situação de defasagem que colabora com prejuízos seguidos à divisão de Abastecimento da Petrobras.
A queda na diferença de preços da gasolina de 24,3% em 25 de setembro para 1% ontem, segundo os analistas do Credit Suisse, foi impulsionada por uma queda de 19,2% no preço do combustível no mercado internacional e pela valorização do real de 1,4% no período em análise.
(Fonte: InfoMoney, 15/10/2014)