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Mudança do perfil dos idosos brasileiros

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Inês Boynard Thomaz Alves*

Nascidos no pós-guerra, adolescentes nos chamados anos rebeldes, chegamos  aos 60 anos. Somos a geração que veio ao mundo numa época de mudanças profundas, seja pela influência de outras culturas ou pelo desenvolvimento da tecnologia.

Assim sendo, estas mudanças impulsionaram novos comportamentos, tanto em nossa juventude quanto agora na maturidade. Quem não se lembra das tardes de rock, de twist, das músicas e dos filmes que marcaram toda uma geração? Quem não se recorda dos anos rebeldes e dos anos de chumbo?

Mudamos muitos conceitos, derrubamos tabus. A família se transformou, de  família nuclear em múltiplos arranjos familiares. O amor continuou o mesmo.

E aqui estamos, em Petrópolis, membros da chamada terceira idade, discutindo políticas públicas para o Conselho do Idoso, do qual fazemos parte. Não sei como, acho que só Deus sabe, mas chegamos  até aqui, apesar das dificuldades da vida.

Idosos na Atualidade

A representação coletiva do Idoso inativo, não mais produtor de bens e serviços, vem sendo substituída pela figura dos Idosos dinâmicos, reunidos em grupos geracionais, contribuintes do orçamento doméstico e, por vezes, responsável econômico de seu grupo familiar.

Neste cenário, destacamos a pressão econômica da atualidade, o desemprego estrutural, a precarização dos empregos. Percebemos ainda a queda do poder aquisitivo das aposentadorias e pensões previdenciárias. O plano de saúde tornou-se objeto de desejo, nem sempre possível de ser concretizado, devido ao seu alto custo.

Assim sendo, as famílias cada vez mais dependem do(a) idoso(a) para complementar a renda, pagar o colégio do neto(a), o plano de saúde, ficar com as crianças quando há feriado escolar, nas férias, etc.

Desta forma, cada vez mais, tornam-se necessárias políticas públicas que possam beneficiar os maiores de sessenta anos, destacando-se a Saúde, através dos Programas de Saúde das Famílias (PSFs) dos bairros, bem como a Educação, que integra tanto as crianças dos CEIs quanto  adultos  e idosos que buscam suas oportunidades, desde a alfabetização até o ensino superior.

Entretanto, observamos que ainda faltam políticas públicas para os Idosos, em especial na área de esporte, lazer e  turismo. Precisamos de projetos que contemplem  esta faixa etária,  contando com as parcerias do poder público e de entidades privadas.

Esta nova figura do Idoso(a) resulta de uma construção espontânea ou  de novas e melhores relações intergeracionais,  mas principalmente pelo lado negativo da pressão econômica, do desemprego, da precarização dos empregos  disponíveis .

 População Idosa do Município de Petrópolis

Segundo dados do IBGE, a população idosa residente em Petrópolis representa 14,6% do total de habitantes do município, ou seja, 43.203 habitantes. Devido ao clima ameno e a qualidade de vida, a população está propensa a viver mais e melhor.

Os indicadores sociais apontam para o crescimento sistemático da população idosa e o prolongamento da expectativa de vida. Segundo o IBGE, a população de pessoas com 60 anos ou mais representa 14.6% em relação à população total do país.

O aumento da expectativa de vida é acompanhado pela permanência dos trabalhadores por mais tempo no mercado de trabalho, inclusive pelo aumento da idade mínima para aposentadoria. Há ainda o retorno ao trabalho, após a aposentadoria, motivado pela complementação de renda.

*Encarregada do Posto da AMBEP Petrópolis

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