Petrobras pagará US$ 434 milhões extras à Bolívia

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Após mais de sete anos de impasse, a Petrobras e a Bolívia chegaram a um acordo pelo qual a estatal brasileira pagará US$ 434 milhões pelo envio de excedente energético do gás natural exportado ao Brasil. O pagamento foi imposto à Petrobras pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 15 de fevereiro de 2007, durante visita do colega Evo Morales ao Brasil.

Na época, Lula justificou a medida, que enfrentava resistência da Petrobras, como ato de “generosidade” e de “solidariedade”. Antes, Morales havia se recusado a deixar o prédio do Itamaraty caso não houvesse um acordo sobre o chamado “gás rico”.

O acordo final foi bastante celebrado ontem por Morales, que está em plena campanha de reeleição – o pleito será em outubro. O presidente boliviano fez pessoalmente o anúncio, em Santa Cruz, que contou com a presença do diretor de Gás e Energia da Petrobras, José Alcides Santoro.

Em discurso, ele afirmou que a dívida da Petrobras até o ano passado chegou a US$ 457 milhões, mas, por causa de multas contra a Bolívia por problemas de fornecimento, o total a ser pago é de US$ 434 milhões.

Por sua vez, Santoro disse que a Petrobras aprendeu a respeitar a estatal boliviana YPFB pela “responsabilidade e confiança” no fornecimento de gás, segundo a agência de notícias Efe.

O acordo faz a Petrobras pagar mais pela mesma quantidade de gás comprado, 30 milhões de metros cúbicos diários. Mas a Bolívia argumenta que o gás fornecido, por causa de sua composição química (gás rico), produzia uma quantidade de energia maior que a necessária para o uso industrial no Brasil.

(Fonte: Folhapress, 22/08/2014)